Polícia Rodoviária alerta para o período de neblina no Alto Tietê

 

Em 2013, foram 31 acidentes nas estradas da

região por causa da neblina (Foto: Josmar Leite/

RBS TV)

Quem costuma pegar estrada nesta época do ano precisa ter cuidado redobrado, alerta a polícia. De maio a agosto as neblinas são comum e atrapalham a visão dos motoristas. Nas estradas que cortam o Alto Tietê há cinco pontos com risco de neblina. Só no ano passado, de acordo com a Polícia Rodoviária, foram registrados 31 acidentes, um deles com vítima fatal, por causa do fenômeno atmosférico.

Muitos motoristas reconhecem o risco. "É importante dobrar a atenção. Mogi tem bastante neblina à noite na Mogi-Dutra, principalmente por volta de 23h, meia-noite, na altura do condomínio Arujazinho, que é onde eu costumo passar" , alerta a comerciante Cláudia Penedo.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a neblina é uma nuvem com a base próxima ou junto à superfície. Ele se forma quando o resfriamento do ar ou a adição de vapor de água por evaporação causam saturação. Quando densa, pode dificultar a visão do motorista em uma distância de 1 quilômetro ou mais. Regiões mais frias, de vales e serras têm mais probabilidade de ter neblina.

Este ano a Polícia Rodoviária ainda não registrou nenhuma ocorrência nos trechos das rodovias da região afetados pela neblina, mas em 2013 as estradas que mais tiveram acidentes foram a Mogi Bertioga, a Índio Tibiriçá, a Ayrton Senna e a Mogi-Dutra. Nesta última, dos 9 acidentes que ocorreram por causa da névoa, houve vítima fatal em um deles. Na Mogi-Bertioga, foram 11 ocorrências, sendo 9 com vítimas e 2 sem vítimas. Na Índio Tibiriça, ocorreram  5 acidentes, 2 com vítimas e 3 sem vítimas. Já na Ayrton Senna, de 6 acidentes registrados, 4 foram com vítimas e 2 sem vítimas. No total foram 31 acidentes em trechos com neblina.

Dicas

Em entrevista ao G1, o Comandante do Policiamento Rodoviário da região de Guarulhos e Alto Tietê, o capitão João Vital Filho, alertou sobre os cuidados que o motorista deve ter na hora de pegar a estrada. Para ele, em primeiro lugar é preciso reduzir a velocidade. Depois deve-se manter uma distância segura do veículo da frente e nunca parar no acostamento e na faixa. “Se tiver que parar, somente fora da rodovia, em um local seguro, como um posto de combustível ou um estabelecimento comercial”, alerta. Ele lembra também que é importante deixar a luz de neblina ligada, caso o veículo possua esta opção.

Para servir de alerta, o capitão relembra um acidente grave que ocorreu em 2011 no Km 41 da Rodovia Imigrantes, sentido São Paulo, por causa do mau tempo. “Nunca podemos nos esquecer daquele acidente no Imigrantes, onde houve o engavetamento de cerca de 300 veículos por causa da neblina. Na ocasião, a visibilidade estava muito ruim”, conta. “Na nossa região, esta névoa é mais comum na madrugada, mas em trecho de serra pode ocorrer a qualquer hora do dia”, explica Vital.

O comandante disse ainda que não há estudo comparativo finalizado que permita afirmar se nos períodos de incidência de neblina há aumento de acidentes de trânsito. "A gente não sente este aumento considerável. Há aí um paradoxo, já que a falta de visibilidade que a neblina causa acaba inibindo os motoristas. Isso, por si só, já é um fator positivo", enfatiza. É o que faz o cabista, José Leocide. "Quando tem neblina o que faço é reduzir a velocidade e deixar no farol baixo. Se a velocidade máxima da estrada é de 60 por hora, eu ando a 50", conta ele.

Trechos com maior incidência

A concessionária que administra a Rodovia Presidente Dutra informou que os trechos com maior incidência de neblina nesta época do inverno são entre os quilômetros 179 e 212, que liga as cidades de Guararema, Santa Isabel, Arujá e Guarulhos. Já o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), destaca que na região do Alto Tietê há registro de neblina nas seguintes rodovias: SP-98 (Mogi-Bertioga) - no trecho de serra do km 77 ao km 89, SP- 88 (Mogi-Salesópolis) - do km 43 ao km 49,5 e do km 66 ao km 94 e na SP-66 (Henrique Eroles) no trecho que liga Mogi das Cruzes a Guararema, do km 63 ao km 67.

O DER frisa que as rodovias onde há ocorrência de neblina são sinalizadas, indicando o efeito natural. “Para auxílio dos usuários, na ocorrência de neblina, os Painéis de Mensagem Variável também trazem o alerta”, esclarece.

Já A CCR Dutra informou que iniciou uma campanha para alertar os motoristas sobre a época de neblina. A ação engloba a distribuição de 60 mil folhetos nas praças de pedágio, veiculação de dicas de segurança na CCRFM e afixação de faixas ao longo da rodovia com orientações sobre como se comportar caso realize a viagem sob neblina.

FONTE.Tatiane Santos Do G1 em Mogi das Cruzes e Suzano